BOLETIM INFORMATIVO CYGNUS X-3
GEA - GRUPO DE ESTUDOS DE ASTRONOMIA - PLANETÁRIO FLORIANÓPOLIS SC
BOLETIM MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
MARÇO DE 2001 ANO X No 122EDITORIAL
Retomadas as palestras semanais, revitalizado o convívio dos que ainda olham para o céu, e lá vamos nós mais um ano adentro. Março nos reuniu mais uma vez, e o tempo de céu claro tem se feito valer, quase que nos saudando no semestre que se inicia. Belíssimas as primeiras noites do mês das águas, que por deferência especial do novo milênio, se fizeram esconder, deixando-nos céus límpidos e secos, bem a gosto de um telescópio postado nos cantos escuros da ilha. Em um destes locais pouco iluminados o nosso observatório começa a sair dos planos para o terreno, materializa-se aos poucos, mesmo que lentamente, aliado ao tempo dos astros, devagar como a Astronomia costuma dar suas cartas, pacientemente como convém ao relógio cósmico. Pois mesmo assim, de posse de um modesto "cento e catorze refletor" as horas da meia-noite que já de há tempo nos esconderam Saturno e Júpiter, nos trazem Ares e Antares, alinhados em uma vertical no nascente Leste. As garras do peçonhento surgem primeiro, segurando Marte por invisíveis cordéis. Os dois astros vermelhos rivalizam em brilho e no escuro das noites de março dominam o céu da madrugada. Estes são no mínimo bons prenúncios para este novo semestre que inicia, não fosse a certeza de que o convívio que o GEA nos traz, seja por si só, a maior recompensa destes mais de quinze anos de ciência e prazer, ainda mais com céu claro.
AGENDA ASTRONÔMICA ABRIL 2001
Hora oficial de Brasília ( TU 3:00h )
dia |
hora |
Efeméride |
01 |
07:49 |
Lua no primeiroquarto (crescente) |
05 |
07:00 |
Lua no perigeu (364.815km) |
08 |
00:22 |
Lua no plenilúnio (cheia) |
12 |
23:00 |
Marte a 1,3o Sul da Lua |
15 |
01:00 |
Ceres a 0,9o Sul da Lua |
|
12:31 |
Lua no segundo quarto (minguante) |
17 |
03:00 |
Lua no apogeu (404.501km) |
|
14:00 |
Vênus estacionário |
|
20:00 |
Urano a 3o Norte da Lua |
22 |
|
Chuva Meteoros Lirídeos (16 a 25/04) |
23 |
06:00 |
Mercúrio em conjunção superior |
|
12:26 |
Lua no novilúnio (nova) |
30 |
14:08 |
Lua no primeiro quarto (crescente) |
A ERUPÇÃO DE DELTA SCORPII CONTINUA
Em julho a familiar cabeça da constelação de Escorpião ganhou um novo visual quando sua estrela central, Delta Scorpii, aumentou seu brilho de 2.3 para magnitude 1.9. A estrela, classificada como gigante azul B0, parece estar atravessando uma fase de explosões do tipo Gamma-Cassiopeiae.E as variações continuam. Após diminuir seu brilho lentamente com o decorrer dos dias, em dezembro observadores voltaram a notar o aumento para magnitude 1.9 .Se Delta Scorpii estiver seguindo os mesmos passos dados pela Gamma Cassiopeiae (o modelo da categoria de variáveis Gamma Cas), ela terá um futuro interessante pela frente. Gamma Cas passou da magnitude 2.25 para 1.6 em 1937 e permaneceu próxima a este pico por vários meses. Depois abaixou para 3.0 no decorrer dos três próximos anos e levou mais de 15 anos para voltar ao seu brilho normal. Tanto Delta Sco quanto Gamma Cas são estrelas Be de rápida rotação pertencentes à seqüência principal e ocasionalmente ejetam massa de suas regiões equatoriais.
Fonte:
http://www.astronomos.com.br/SkyTelescope/PROGRAMAÇÃO DO GEA ABRIL 2001
Palestras abertas ao público às sextas-feiras, 20:00h Planetário
06 Datação Radiométrica de Rochas : Nelson Infanti Jr.
20 História da Astronomia Árabe : Frederico Taves
27 Duração do Dia e da Noite : Antônio C. Lucena
PROGRAMAÇÃO DO GEA MAIO 2001
Palestras abertas ao público às sextas-feiras, 20:00h Planetário
04 Reservado para Dep. de Filosofia . Tema a definir
11 Observação visual de meteoros: Alexandre Amorim
Obs: Curso Leitura do Céu e Sistema Solar de 14 a 25 de Maio
ASTERÓIDE EROS REVELA NOVOS MISTÉRIOS
Fonte:
http://www.uol.com.br/folha/ciencia/DATAÇÃO RADIOATIVA ESTELAR GANHA IMPULSO
Astrônomos usaram a técnica de datação radioativa com a estrela de magnitude 12 CS 31082-001 para estimar a idade mínima de nossa galáxia em 12.5 ± 3 bilhões de anos.Na Terra a datação radioativa é uma poderosa ferramenta de pesquisa. Um geólogo determina a quantidade de elementos radioativos existente numa rocha e mede a quantidade de seu decaimento; combinadas, as medições indicam o total de material radioativo que a rocha possuía originalmente. Esta informação, aliada à taxa de decaimento radioativo do elemento, permite que os geólogos descubram a idade da rocha. A mesma técnica também pode ser válida para as estrelas. Esta semana, na conferência Astrophysical Ages and Time Scales em Hilo, Hawaii, uma equipe de astrônomos liderada por Roger Cayrel (Paris Observatory, Meudon) anunciou que usando datação radioativa eles encontraram a idade de uma antiga estrela e, conseqüentemente, a idade mínima da nossa galáxia. Usando o Very Large Telescope, European Southern Observatory, Cayrel e seus colegas fizeram a primeira medição estelar de abundância do urânio-238. Esta etapa crítica permitiu que a equipe descobrisse a idade mínima da estrela CS 31082-001: 12.5 ± 3 bilhões de anos.
Infelizmente, a datação radioativa de estrelas está repleta de potenciais incertezas. A parte mais difícil é estimar quanto urânio a estrela possuía quando foi originada.
fonte:
http://www.astronomos.com.br/SkyTelescope/DESCOBERTA DE JOVENS EM MARTE
Um internacional grupo de estudantes da Sociedade Planetária, que fazem estágio na agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (nasa), dos Estados Unidos, encontrou um agrupamento de rochas em marte, cuja coloração e características geológicas destoam completamente do que já havia sido observado no planeta. O fato intriga os cientistas da agência responsáveis pelo setor, que nunca viram nada semelhante na superfície pesquisada a partir das imagens obtidas pela sonda Mars Global Surveyor. O grupo de estudantes, composto pelo brasileiro Iuri Jasper de 12 anos, e outros oito pesquisadores mirins, escolheu algumas áreas fotografadas pela sonda. Numa delas, surgiu uma sequência de imensas formações rochosas agrupadas, de tom escuro, localizadas numa área de declive. Os blocos tem entre 15 e 25 metros de diâmetro.
Fonte: O Estado do Paraná Ed. 28/02/2001
COMETA SENSACIONALISMO: ACREDITE OU NÃO
Um tênue cometa foi descoberto muitos meses antes de sua aproximação máxima ao Sol. Cálculos orbitais mostram que a "bola-de-neve suja" pode alcançar um brilho suficiente para ser visível a olho nu daqui muitos meses no futuro. O resultado inevitável: alguns astrônomos que sabem algo mais contam para alguns repórteres que não sabem nada que um Grande Show está por vir. Começa então outro ciclo de desapontamentos e sensacionalismo. Desta vez o cometa em questão é C/2000 WM1, mais conhecido como Cometa LINEAR, devido ao programa Lincoln Laboratory Near-Earth Asteroid Research, que fez sua primeira descoberta no dia 16 de novembro. (Por isso o nome deve estar soando como algo familiar. O projeto LINEAR está descobrindo cometas e asteróides num ritmo alucinante, e em julho último um outro Cometa LINEAR brilhou o suficiente para ser visto com binóculos.) Atualmente o novo Cometa LINEAR encontra-se tênue, com o brilho cerca de 20.000 vezes mais fraco que as mais fracas das estrelas visíveis a olho nu. Segundo o rastreamento orbital computado pela Central Bureau for Astronomical Telegrams (IAU), pelo final do ano o cometa poderá atingir brilho suficiente para ser visto a olho nu. Mas ainda é cedo para começarmos a chamá-lo de Cometa do Natal de 2001. Quando o LINEAR estiver em seu melhor ponto, estará perto demais do Sol para ser bem visto no céu noturno e posicionado muito ao sul para os observadores do hemisfério norte. Entretanto, ele poderá ser um alvo interessante aos binóculos durante o entardecer no fim de novembro do hemisfério norte, e mais interessante ainda para os observadores do hemisfério sul algumas semanas depois. Ou talvez não. Como o editor-colaborador David Levy da Sky & Telescope costuma dizer, cometas são como gatos eles possuem rabos e fazem o que querem. É notoriamente difícil prever a performance de um cometa com meses de antecedência quando ele ainda é um sopro débil nas profundezas do sistema solar. Então, se alguém perguntar a você se teremos um cometa brilhante para o Natal, responda com a verdade: "Neste ponto, quem sabe?" Richard Tresch Fienberg / internet
O Boletins Cygnus x-3 é uma publicação mensal do Grupo de Estudos de Astronomia que tem como editor respossável
José Tadeu Pinheiro. Colaboradores: José Geraldo Mattos, Adolfo Stotz Neto, Marcos Boheme, Newton Tesseroli e Avelino Alves. Enderço postal Planetário da UFSC, Campus Universitário, Trindade, Florianópolis, SC CEP 88.000-000 Endereço eletrônico www.gea.org.br/antigo/informativos.html e tadeupinheiro@hotmail.com