Marcelo Gleiser

MARCELO GLEISER – PRÓLOGO

Fonte: Alfredo Martins

Para nossa felicidade e com vultuosa importância, temos um brasileiro que com toda certeza pode ser considerado um avatar de Carl Sagan: nascido no Rio de Janeiro, Marcelo Gleiser, com extrema inteligência científica e aprimorada sensibilidade espiritual, conquistou seu lugar de direito no Panteão dos Gênios que, com suas pluralidades e confiança nas suas sabedorias, elevaram os conhecimentos da humanidade e contribuíram para seu desenvolvimento.

A divulgação pública da astronomia, o principal objetivo do GEA, encontra em Gleiser o perfeito aliado por toda sua clareza no facilitar a compreensão dos encantos e segredos do universo bem como propor reflexões originais de grande relevância.

O GEA – Grupo de Estudos de Astronomia / Planetário UFSC, teve o imenso privilégio de compartilhar dos seus conhecimentos em duas ocasiões:

1) Nossa associada Angela Tresinari foi a São Paulo em outubro de 2005 especialmente para assistir sua palestra “Física para Poetas”; se já era sua admiradora, isso só aumentou com as novas e profícuas publicações.

2) Em outubro de 2013, novo encontro: “O físico Marcelo Gleiser esteve em Florianópolis nesta semana para ministrar a palestra “Criação imperfeita – Buscando por significado na era ciência”. Gleiser era um dos três convidados do ciclo de conferências “Fronteiras do Pensamento Santa Catarina 2013” e falou, para um auditório lotado na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), sobre astronomia, ciência, curiosidade, criatividade, ética cósmica, entre outros assuntos. Ao final da palestra, o debate teve a participação do presidente do Grupo de Estudos de Astronomia (GEA) da UFSC, professor Adolfo Stotz Neto.” Fonte: Agecom / UFSC / Laura Tuyama / Jornalista.

Foto: Jair Filipe Quint / Agecom / UFSC

Nesta ocasião, os associados do GEA Frederico de F. Taves, Sérgio Schmiegelow, Antônio C. de Lucena, José Tadeu Pinheiro, Daniel B. Cordeiro, Gustavo S. Latorre, Altino Silva Jr, Tânia Maris e Jacqueline Silva também participaram deste evento. Eu e o presidente Adolfo tivemos um fabuloso bônus – Marcelo Gleiser aceitou nosso convite para jantar na Lagoa da Conceição. Esta foi uma das mais memoráveis noite de conhecimentos e excelência de confraternização, onde podemos constatar sua esmerada educação e abrangência de sabedorias em variados temas.

Sua extensa contribuição para divulgação da física, astronomia e ciências afim, através de entrevistas, rádio, palestras, artigos na imprensa, revistas e academia, além de uma plêiade de livros publicados, tem agora mais um ápice com seu mais recente livro – O Despertar do Universo Consciente – Um Manifesto para o Futuro da Humanidade.

Nesta preciosa obra podemos verificar, na extensão de seu conteúdo, todos aspectos que qualificam sua leitura: o embasamento histórico para seus argumentos, a revisão de dados e informações atualizadas para a correta fundamentação, uma profunda reflexão científica e humanista para integração dos conceitos de modo inteligível e, muitíssimo importante, fazer uma proposta original de fácil compreensão e condutas exequíveis que sirvam de norte para um mundo melhor para todos.

Com a gentil anuência da Editora Record LTDA nos termos do direito reservado, uma primeira visão desta obra é comentada nas orelhas deste livro:

O DESPERTAR DO UNIVERSO CONSCIENTE

UM MANIFESTO PARA O FUTURO DA HUMANIDADE

EDITORA RECORD LTDA. Copyright © Marcelo Gleiser.2024

DESDE QUE COPÉRNICO TIROU A Terra do centro do universo, a humanidade passou a se ver cada mais à deriva, um pontinho insignificante em uma imensidão fria. Hoje consideramos que quanto mais aprendemos sobre o cosmo, menos relevantes somos, quando deveria ser justamente o contrário.

Em “O despertar do universo consciente”, Marcelo Gleiser, físico e astrônomo renomado internacionalmente, vencedor do Prêmio Templeton 2º19, argumenta que, se queremos salvar o nosso projeto de civilização, precisamos reinventar nossa relação com o planeta.

Examinando a história da vida na Terra e a possibilidade de vida em outros planetas com clareza e autoridade, o autor argumente que estamos usando o paradigma errado em relação ao lugar que ocupamos. Devemos abraçar uma perspectiva biocêntrica – que tem a vida como centro, que reconhece a raridade do nosso planeta num universo hostil.

Este novo paradigma repensa os ideais iluministas e propõe um novo compasso moral para a humanidade, unida na mesma missão: a preservação da Terra, o planeta onde , através da voz humana, o universo conta a sua própria história.

Ao propor um “Manifesto para o futuro da humanidade”, Gleiser sugere um plano de ação que inclui passos para assegurar a sobrevivência do nosso projeto de civilização num planeta de recursos limitados. Se esses passos serão suficientes para reorientar a nossa trajetória atual, dependerá de cada um de nós.

MARCELO GLEISER é cientista de renome mundial e professor titular de Física Natural, Física e Astronomia na Faculdade de Dartmouth. É autor, entre outros livros, de “O caldeirão azul, A ilha do conhecimento, Criação imperfeita, A dança do universo, O fim da Terra e do Céu e A simples beleza do inesperado” – os três últimos foram vencedores do Prêmio Jabuti. Foi articulista da Folha de São Paulo e participa frequentemente da documentários para TV no Brasil e no exterior. Em 2019, foi o primeiro latino-americano a receber o Prêmio Templeton, considerado o “Nobel da Espiritualidade”, um dos mais prestigiosos do mundo.

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Declarando ausência de conflito de interesse, este livro pode ser adquirido diretamente na Editora Record LTDA através do Atendimento e Venda ao Leitor – sac@record.com.br, a qual assume toda responsabilidade na eventualidade de sinistro ou problemas.

Em adendo ao conteúdo supracitado, podemos acrescentar algumas citações do próprio Gleiser em entrevista para Lourenço Bustani em março pp no canal do YouTube – Fronteiras do Pensamento, para divulgação deste precioso livro:

# Sobre a natureza da vida – Sua origem transcende a nossa capacidade de compreensão; devemos ter a humildade deste reconhecimento; há uma abissal diferença entre um ser bruto e um ser vivo; a vida biológica, diferente das estruturas físicas, não admite reducionismo: uma célula só tem sentido na sua totalidade, com o funcionamento organizado de todas seus elementos; nós não entendemos a transição da matéria bruta para a viva, pois diferente da primeira , ela tem intencionalidade – anima; estimamos um trilhão de exoplanetas no universo mas em apenas um, aqui na Terra, vida similar a humana é conhecida; nosso planeta é um oásis no universo conhecido.

# Interser – no ensinamento do mestre budista Thich Nhat Hanh, significa a forte intercomunicação de todos os seres, de todos os reinos, de tudo que faz parte do universo; nós somos poeira reciclada das estrelas e portanto somos a memória do universo; estamos aqui para constatar, contar e preservá-la.

# O mundo natural – todos povos antigos tinham respeito e veneração à natureza, aqui na Terra era a morada dos deuses; havia um pertencimento físico e espiritual a ela; com o advento das religiões monoteístas os deuses deixaram a Terra e foram colocados no céu; paradoxalmente a ciência ao constatar a imensidão do cosmo, trouxe uma ideia de pequinês e insignificância do ser humano no universo; é necessário uma reaproximação com o mundo natural.

# Manifesto para o Futuro da Humanidade – apresentado o contesto histórico da vida na Terra e a evolução das suas sociedades que culminaram com a atual relação errônea com a natureza, Gleiser conclui seu manifesto com suas propostas para um futuro de atitudes mais conscientes e resultados mais promissores:

# Entendendo que a biosfera é limitada e que temos responsabilidade sobre o futuro da permanência dos humanos no planeta, nossas ações devem ser reorientadas para as “práticas do menos: menor consumo” e as “práticas do mais: “discernimento do consumo”; passamos de 2 para 8 bilhões da habitantes na Terra em 3 séculos e brevemente, em 25 anos, mais 2 bilhões de habitantes serão acrescentados à população do planeta (Fonte: PNUD / ONU).

# A propensão de crescer a qualquer custo visando somente o lucro deve ser contestada; grande parte da ciência está a serviço do capital; estimular uma mobilização no sentido de que, se você não concorda com práticas de degradação do ambiente, seja menos um.

# Educação para minimizar o analfabetismo ecológico; manter em todos os níveis do currículo educacional informações sobre a singularidade da vida e sua evolução no planeta; já ultrapassamos 6 dos 9 pontos de não retorno ecológico: colapsos e catástrofes demoram… mas chegam.

# Atenção com o “Triunfalismo Científico” – há quem confie que a ciência vai resolver todos os problemas; porém nota-se que resolvendo um problema, outros aparecem; isto porque os desafios não são exclusivamente de ordem técnica / tecnológica – são também de natureza moral / existencial, que precisam de outros tipos de conhecimentos e de líderes.

Claramente estas são pequenas pinceladas diante de toda grandeza do quadro desenhado por Marcelo Gleiser. Na qualidade de um cientista espiritualizado, ele caminha na senda de ver as maravilhas da ciência e da vida com a razão e com o espírito.

Neste sentido é indispensável ao referir-se a tão completa celebridade, fazer um destaque ao seu, e provavelmente um dos maiores, prêmio recebido: 0 PRÊMIO TEMPLETON 2019


Dear Friends,

Marcelo Gleiser, theoretical physicist, cosmologist, and a leading proponent of the view that science, philosophy, and spirituality are complementary expressions of humanity’s need to embrace mystery and the unknown, was announced today as the 2019 Templeton Prize Laureate.

Gleiser, 60, the Appleton Professor of Natural Philosophy and a professor of physics and astronomy at Dartmouth College in Hanover, New Hampshire, has earned international acclaim through his books, essays, blogs, TV documentaries, and conferences that present science as a spiritual quest to understand the origins of the universe and of life on Earth.

A native of Brazil, where his books are bestsellers and his television series draw audiences in the millions, Gleiser becomes the first Latin American to be awarded the Templeton Prize.

For 35 years, his research has examined a wide array of topics, ranging from the behavior of quantum fields and elementary particles, to early-universe cosmology, the dynamics of phase transitions, astrobiology, and new fundamental measures of entropy and complexity based on information theory, with more than 100 peer-reviewed articles published to date.

Gleiser is a prominent voice among scientists, past and present, who reject the notion that science alone can lead to ultimate truths about the nature of reality.  Instead, in his parallel career as a public intellectual, he reveals the historical, philosophical, and cultural links between science, the humanities, and spirituality, and argues for a complementary approach to knowledge, especially on questions where science cannot provide a final answer.

He joins a group of 48 Prize recipients including Mother Teresa, who received the inaugural award in 1973, the Dalai Lama (2012), and Archbishop Desmond Tutu (2013).  Last year’s Templeton Prize was awarded to His Majesty King Abdullah II of Jordan for his efforts to promote peace-affirming Islam and to seek religious harmony within Islam and between Islam and other religions.  The 2017 Laureate was the American philosopher Alvin Plantinga, whose scholarship made theism a serious option within academia.  Scientists who are previous Prize Laureates include Martin Rees (2011), John Barrow (2006), George Ellis (2004), Freeman Dyson (2000), and Paul Davies (1995).

The announcement was made online today at www.templetonprize.org and was announced via email to journalists and on Twitter via @TempletonPrize and #TempletonPrize2019 by the Templeton Prize office of the John Templeton Foundation in West Conshohocken, Pennsylvania. 

Marcelo Gleiser will formally receive the Templeton Prize at a ceremony in The Metropolitan Museum of Art’s Grace Rainey Rogers Auditorium in New York City on Wednesday, May 29.

To learn more about the 2019 Templeton Prize Laureate, including a video of the announcement and Marcelo Gleiser accepting the Prize, please visit www.templetonprize.org. 

MEMÓRIA VISUAL

2013 – FRONTEIRAS DO PENSAMENTO / FLORIANÓPOLIS

2019 – PRÊMIO TEMPLETON / NEW YORK

MAIS MANIFESTAÇÕES NA IMPRENSA SOBRE A LAUREAÇÃO PRÊMIO TEMPLETON 2019 PARA MARCELO GLEISER

O FÍSICO E ASTRÔNOMO BRASILEIRO MARCELO GLEISER RECEBEU O PRÊMIO TEMPLETON 2019 NESTA QUARTA-FEIRA (29 DE MAIO) EM UMA CERIMÔNIA NOS ESTADOS UNIDOS

O prêmio é considerado o “Oscar da espiritualidade” e é dado a personalidades que contribuíram para afirmar a dimensão espiritual da vida. Ele é o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio, criado em 1972.

Como um físico e astrônomo pode contribuir com a espiritualidade? Enquanto na obra acadêmica Gleiser se debruça sobre números, gráficos e tabelas em busca de pistas que ajudem a desvendar a formação do universo, na atuação pública ele expande a interpretação das tais evidências em busca da resposta à grande questão da humanidade: Afinal, quem somos?

“Mantenho a mente aberta para surpresas. Depende do que você chama de Deus. Tem gente que diz que é a natureza. Então, se Deus é a natureza, eu sou uma pessoa religiosa”, afirmou durante o evento.

Na cerimônia de premiação nesta quarta, Gleiser disse que “precisamos ir além das divisões que têm sido problema real no mundo moderno”, que “precisamos nos unir”, e que quer “dedicar os próximos anos e a honra do prêmio para criar o censo moral de que estamos juntos, que temos que salvar o planeta, a vida, e tudo o que temos.”

O anúncio de que Gleiser receberia o prêmio deste ano foi feito em março, no mesmo dia em que o físico e astrônomo completava 60 anos. Na ocasião, ele conversou com o G1 e explicou como a sua obra contribui para refletir sobre a espiritualidade.

‘Ciência é caminho para entender o mistério da existência humana’, diz Marcelo Gleiser, vencedor do prêmio Templeton 2019

“A ciência é o caminho para entendermos o mistério da existência humana”, disse Marcelo Gleiser. “É mais ou menos o que o paleontólogo faz: a partir de ossos de dinossauro, reconstrói o passado. Buscamos pistas no universo para reconstruir a história desde o Big Bang até hoje”, explica.

Para ele, ciência e espiritualidade são dois lados de uma moeda só. “A ciência é a nossa metodologia mais poderosa para compreender o mundo natural. Mas, por outro lado, a ciência tem limite e oferece só um tipo de explicação”.

“A gente sabe que só vê parte da realidade. Essa conexão com o mistério que nos cerca, para mim, é profundamente espiritual. Meu discurso tem todo um lado ecológico e social. Informa pela ciência, mas constrói uma nova moral do século 21 para salvar nosso planeta e nossa espécie”.

Fonte: Portal de notícias da Globo

FÍSICO BRASILEIRO MARCELO GLEISER RECEBE PRÊMIO TEMPLETON POR DIÁLOGO ENTRE CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE

O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser recebeu o Prêmio Templeton de 2019, por seu trabalho, que mistura ciência e espiritualidade. Gleiser, de 60 anos, é o primeiro latino-americano a ser agraciado com o prêmio, que homenageia “uma pessoa viva que fez uma contribuição excepcional para a afirmação da dimensão espiritual da vida”, disse a Fundação John Templeton, sediada nos Estados Unidos, em um comunicado nesta terça-feira.

Professor do Dartmouth College, em New Hampshire, nos Estados Unidos, Gleiser escreveu livros de grande vendagem e participou de vários programas de televisão e rádio, debatendo a ciência como uma busca espiritual para entender as origens do universo e a vida na Terra.

Entre os vencedores do prêmio, criado em 1972 pelo falecido investidor global Sir John Templeton, estão o Dalai Lama e a Madre Teresa de Calcutá. Em 2018 ele foi concedido ao Rei Abdullah 2º, da Jordânia. “Trabalharei mais duro que nunca para divulgar minha mensagem de unidade global e de conscientização planetária para um público mais amplo”, disse Gleiser em um comunicado sobre o prêmio divulgado por Dartmouth.

Gleiser estuda a intersecção entre o que chama de “física do muito grande” e a “física do muito pequeno” para reconstruir o início do universo, informou Dartmouth. Além de pesquisar as origens da vida na Terra, ele também analisa a possibilidade da vida fora do planeta, de acordo com a faculdade norte-americana.

Gleiser nasceu em uma família da comunidade judaica do Rio de Janeiro e estudou no Brasil e no Reino Unido, disse a fundação, que incentiva o diálogo e a pesquisa de temas que vão da evolução ao perdão. Ele entrou no departamento de física e astronomia de Dartmouth em 1991.

Fonte: EL PAÍS / ANDREW HAY (REUTERS)

FÍSICO BRASILEIRO, CONHECIDO POR DUVIDAR DOS CÉTICOS, VENCE O PRÊMIO TEMPLETON DE 2019

Um professor do Dartmouth College que diz ser um religioso agnóstico, mas cujo trabalho se concentrou nas ligações entre a ciência e os mistérios da Criação, é o vencedor do Prêmio Templeton de 2019.

Marcelo Gleiser, 60 anos, natural do Brasil, é o primeiro latino-americano a ganhar o prestigioso prêmio, que homenageia um indivíduo “que fez uma contribuição excepcional para afirmar a dimensão espiritual da vida, seja por meio de uma intuição, descoberta ou trabalhos práticos”, diz a Fundação John Templeton, sediada em West Conshohocken, Pensilvânia.

Gleiser, que é professor da cátedra Appleton de Filosofia Natural e professor de Física e Astronomia no Darmouth College, em Hanover, New Hampshire, ganhou a honraria por ser “uma voz proeminente entre os cientistas, passados e presentes, que rejeitam a noção de que apenas a ciência pode levar a verdades últimas sobre a natureza da realidade”, anunciou a fundação no dia 19 de março, ao anunciar o prêmio. “Em vez disso, em sua carreira paralela como intelectual público, ele revela os vínculos históricos, filosóficos e culturais de estar vivo”.

Embora Gleiser se descreva como agnóstico, ele é um crítico declarado do ateísmo.

“Eu vejo o ateísmo como um modo de ser inconsistente com o método científico, pois ele é, essencialmente, a crença na não crença”, disse Gleiser em uma entrevista em 2018 à Scientific American. “Você pode não acreditar em Deus, mas afirmar a sua inexistência com certeza não é cientificamente consistente.”

A fundação ressalta que a pesquisa de Gleiser “examinou uma ampla gama de tópicos, desde o comportamento de campos quânticos e partículas elementares até a cosmologia do universo primordial, a dinâmica das transições de fase, a astrobiologia e novas medidas fundamentais de entropia e de complexidade baseadas na teoria da informação”.

Um marco em sua obra científica foi a descoberta, em 1994, dos “oscilos”. Trata-se de “pequenos ‘nódulos’ de energia de vida longa feitos de muitas partículas”, observou a fundação, e Gleiser continua trabalhando sobre as suas propriedades.

Em uma entrevista ao RNS antes do anúncio, Gleiser disse que reagiu com descrença quando lhe disseram que ele havia ganhado o prêmio, que oferece 1,1 milhão de libras esterlinas (1,45 milhão de dólares ou 5,5 milhões de reais). Ele afirmou: “Estou profundamente comovido e honrado com isso”.

Heather Templeton Dill, presidente da Fundação John Templeton, cujo falecido avô, filantropo e investidor, Sir John Templeton, criou o prêmio em 1972, disse em um comunicado que Gleiser “encarna os valores que inspiraram meu avô a estabelecer o Prêmio Templeton e a criar a Fundação John Templeton”.

“Dois valores que foram especialmente importantes para ele e que são o foco de vários subsídios da Fundação são a busca da alegria em todos os aspectos da vida e a profunda experiência humana da contemplação.”

Templeton Dill acrescentou: “O trabalho do professor Gleiser exibe uma inegável alegria da exploração. Ele mantém o mesmo senso de reverência e de admiração que experimentou pela primeira vez quando criança, na praia de Copacabana, contemplando o horizonte ou o céu estrelado à noite, curioso sobre o que estava além”.

“Como ele escreve no livro de 2014 ‘A Ilha do Conhecimento’, ‘a contemplação é a ponte entre o nosso passado e o nosso presente, que nos leva para o futuro enquanto continuamos pesquisando’.”

Gleiser nasceu no Rio de Janeiro em uma importante família judaica, tendo recebido uma educação conservadora em escola hebraica, de acordo com um perfil biográfico fornecido pela fundação.

O perfil também observa que “as histórias do Antigo Testamento, ensinadas como história literal, provocaram em Gleiser uma mistura de fascinação e medo, resultando em um crescente ceticismo em relação aos textos antigos”.

Gleiser é bacharel em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1981. Um ano depois, fez um mestrado em Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Obteve um doutorado em Física Teórica no King’s College de Londres em 1986.

Embora tendo publicado amplamente em revistas acadêmicas, Gleiser também assumiu o papel de intelectual público, cofundando o blog “13.7: Cosmos and Culture”, da National Public Radio, e escreveu uma coluna semanal no jornal Folha de S.Paulo, o maior jornal do Brasil. Ele também narrou a edição latino-americana da série de documentários de quatro partes intitulada “O Universo conhecido” para o canal National Geographic.

Em um agradecimento em vídeo do prêmio, Gleiser disse que o “caminho para o entendimento científico e a exploração científica não tem a ver apenas com a parte material do mundo”.

“Minha missão é trazer de volta para a ciência e para as pessoas que se interessam por ciência esse apego ao misterioso, fazer com que as pessoas entendam que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos.”

A Fundação Templeton ressalta que, ao longo dos anos, Gleiser tornou-se cético em relação aos pronunciamentos de que “a física resolveu a questão da origem do universo. Ele também rejeitou cada vez mais as alegações de colegas cientistas que afirmavam a irrelevância da filosofia ou da religião”.

Gleiser disse ao RNS que essa posição, assim como o seu agnosticismo, deriva da sua crença de que “a ciência tem que mostrar uma alma” e que, no fim, tanto a religião quanto a ciência “compartilham a mesma semente”.

“Você deve manter a mente aberta”, disse. “O mistério (sobre o universo) permanece.”

Gleiser disse que seus esforços futuros incluirão um foco nos desafios que a humanidade e o planeta enfrentam, incluindo a ameaça existencial das mudanças climáticas.

“A Terra é um lugar muito especial”, disse ele ao RNS. “A vida é única, e a vida inteligente é rara.” Como tal, disse Gleiser, “precisamos de uma nova moral para o século XXI (baseada na crença) de que toda a vida é sagrada e devemos olhar para além do tribalismo que nos rodeia”.

Ao vencer o Prêmio Templeton, Gleiser se soma a companheiros de destaque. O vencedor do Templeton de 2018 foi o Rei Abdullah II da Jordânia, que foi homenageado pelo seu compromisso com a promoção do diálogo inter-religioso e por afirmar a tradição da paz no Islã.

Outros vencedores incluem a Madre Teresa, Alexander Solzhenitsyn, Billy Graham, Desmond Tutu e o Dalai Lama, assim como uma distinta lista de cientistas, incluindo Martin Rees, John Barrow, George Ellis, Freeman Dyson e Paul Davies.

Gleiser receberá formalmente o prêmio em uma cerimônia pública em Nova York no dia 29 de maio.

Fonte: Religion News Service, 19-03-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto

FÍSICO BRASILEIRO GANHA PRÊMIO TEMPLETON DE 2019

O brasileiro Marcelo Gleiser, físico teórico, cosmólogo e um dos principais defensores da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade humana de abraçar o mistério e o desconhecido, foi anunciado hoje como o ganhador do Prêmio Templeton de 2019.

Autor de livros que tratam de ciência, física e espiritualidade – cinco livros em inglês e nove livros em português -, ele defende a discussão sobre a busca de pesquisas em torno do universo e questões ligadas à espiritualidade.

O prêmio, concedido pela Fundação John Templeton, é uma condecoração anual concedida a pessoas que contribuíram de forma “excepcional” para a afirmação da dimensão espiritual da vida por meio de ações e trabalhos práticos. Ele já foi concedido a personalidades como Madre Teresa, Desmond Tutu e Dalai Lama.

Marcelo Gleiser é atualmente professor da Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos.

Gleiser ganhou reconhecimento internacional por meio de livros, ensaios, blogs, documentários de TV e conferências que apresentam a ciência como uma busca espiritual.

CIÊNCIA DO MISTERIOSO

Por 35 anos, a pesquisa do físico inclui uma vasta lista de temas como o comportamento de campos quânticos e partículas elementares até a cosmologia do universo primordial, a dinâmica das transições de fase, a astrobiologia e novas medidas fundamentais de entropia e complexidade baseadas em informações.

O texto de divulgação do Prêmio Templeton descreve Gleiser como “uma voz proeminente entre os cientistas, do passado e do presente, que rejeitam a noção de que apenas a ciência pode levar a verdades fundamentais sobre a natureza da realidade”.

Nas entrevistas, o físico costuma descrever a ciência como um “compromisso com o misterioso” inseparável da relação da humanidade com o mundo natural.

“O caminho para a compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo, mas também é uma parte espiritual do mundo. Minha missão é trazer de volta para a ciência, e para as pessoas interessadas na ciência, esse apego ao misterioso, para fazer as pessoas entenderem que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos,” disse o professor Gleiser em sua aceitação em vídeo do prêmio.

Fonte: Agência Brasil – 20/03/2019

FÍSICO BRASILEIRO MARCELO GLEISER RECEBE O PRÊMIO TEMPLETON NOS EUA

Chamado de “Oscar da espiritualidade”, o Prêmio Templeton teve a cerimônia de entrega realizada na última quarta-feira (29) com direito a brasileiro sendo a grande estrela do evento. O físico e astrônomo Marcelo Gleiser foi o vencedor da edição de 2019 do prêmio, dedicado a “servir como um catalizador filantrópico para descobertas relacionadas às questões mais profundas e perplexas questões que a humanidade encara”.

“A ciência é um flerte com o desconhecido, o reconhecimento que nós pouco sabemos sobre o mundo ao nosso redor, que podemos perceber apenas de forma imperfeita”, disse Gleiser na cerimônia. “Ainda assim, ela abraça a jornada por conhecido, amplia o espírito humano e traz, pela alegria da descoberta, um toque de mágica em nossas vidas”, completa.

O físico é atualmente professor de Filosofia Natural no Dartmouth College, nos Estados Unidos, e é um dos grandes nomes na defesa de que ciência, filosofia e espiritualidade “são expressões complementares da necessidade humana de abraçar o mistério e o desconhecido”.

De acordo com a organização, a atuação do brasileiro foi elogiada por “revelar os elos culturais, históricos e filosóficos entre ciência, humanidades e espiritualidade”, trazendo conhecimentos complementares e que ajudam a responder questões que a ciência não consegue resolver sozinha.

Fonte: www.tecmundo.com.br

FÍSICO BRASILEIRO MARCELO GLEISER RECEBE PRÊMIO TEMPLETON 2019: “A CIÊNCIA NÃO MATA DEUS”

O professor se junta a Madre Teresa, Dalai Lama e Desmond Tutu como destinatário do prêmio.

O brasileiro Marcelo Gleiser recebeu nesta terça-feira, 19, o importante Prêmio Templeton 2019 por seu trabalho demonstrando que a ciência e a religião não precisam ser inimigas.

O professor de física e astronomia da Universidade de Dartmouth, em Hanover, nos Estados Unidos, não acredita em Deus, mas se recusa a abandonar completamente a possibilidade de um criador do universo. Em vez disso, ele discute a ciência como uma busca espiritual para entender as origens da existência e da vida na Terra.

O especialista em cosmologia — que vive nos EUA desde 1986 — torna-se o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio, informou a Fundação John Templeton em um comunicado.

Ele é o 49° vencedor do Templeton, juntando-se a outros nomes célebres da história, como Madre Teresa, Desmond Tutu e Dalai Lama. Considerado uma espécie de Nobel do diálogo entre a ciência e a espiritualidade, pois é dedicado a reconhecer o esforço individual de pessoas que buscam afirmar a dimensão espiritual da vida, Gleiser foi escolhido por ser considerado um dos principais defensores da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade humana de abraçar o mistério e o desconhecido.

“O ateísmo é inconsistente com o método científico. Mantenho a mente aberta porque entendo que o conhecimento humano é limitado. A ciência é maravilhosa, ela nos diz todas essas coisas maravilhosas sobre a natureza, mas também faz algo mais. A Terra é um planeta muito raro e especial. Nós humanos somos muito importantes. Em certo sentido, somos o centro moral do universo porque somos como o universo pensa”, disse Marcelo em comunicado.

Fonte: UOL

MARCELO GLEISER – BIOGRAFIA

Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre

Marcelo Gleiser (Rio de Janeiro, 19 de março de 1959) é um físico, astrônomo, professor, escritor e roteirista brasileiro, atualmente pesquisador e professor da Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos. É membro e ex-conselheiro geral da American Physical Society.

Conhecido nos Estados Unidos por suas aulas e pesquisas científicas, no Brasil é mais popular por suas colunas de divulgação científica no jornal Folha de S.Paulo. Escreveu oito livros e publicou três coletâneas de artigos. Participou de programas de televisão dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Brasil, entre eles, Fantástico.

Marcelo recebeu o Prêmio Jabuti em 1998, pelo livro A Dança do Universo, e em 2002 por O Fim da Terra e do Céu. Em 2007, foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia. Em março de 2019, tornou-se o primeiro latino-americano a ser contemplado com o Prêmio Templeton, tido informalmente como o “Nobel da espiritualidade”.

Marcelo Gleiser

Nascimento19 de março de 1959 (65 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
ResidênciaHanover, New Hampshire, Estados Unidos
NacionalidadeBrasileiro
Alma MaterPontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio de Janeiro
King’s College de Londres
PrêmiosPrêmio Jabuti (1998 e 2002)
Prêmio Templeton (2019)
ReligiãoNenhuma (Agnosticismo)
InstituiçõesDartmouth College
Fermilab
Kavli Institute for Theoretical Physics
NASA
OTAN
CampoFísica

JUVENTUDE E FORMAÇÃO ACADÊMICA

Marcelo é nascido em uma família judaica da cidade do Rio de Janeiro, e desde criança gostava de tocar violão e jogar voleibol, modalidade esportiva em que foi campeão júnior brasileiro aos quinze anos, ao lado de Bernardinho. Mesmo não se interessando por matemática, desde cedo eram claros seu interesse e paixão pela natureza. Queria ser músico, mas seu pai, Isaac, que era dentista, convenceu-o a mudar de ideia, pois, segundo ele, a música seria uma escolha arriscada, tornando incerto seu futuro profissional.

Após cursar dois anos de Engenharia Química, Gleiser transferiu-se para o curso de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Bacharelou-se em 1981, mesmo ano em que representou o voleibol brasileiro nos jogos Macabíadas em Israel, conquistando a medalha de prata. No ano seguinte fez seu mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em 1986 obteve seu doutorado no King’s College de Londres na Universidade de Londres. Em 1988 obteve um pós-doutorado pela Fermilab e no mesmo ano foi nomeado bolsista sênior de pós-doutorado no Instituto de Física Teórica da Universidade da Califórnia. Em 1991 foi nomeado professor assistente de física e astronomia no Dartmouth College em Hanover, New Hampshire.

CARREIRA

Desde 1991, é professor de Física e Astronomia e pesquisador da Dartmouth College em Hanover, Estados Unidos. Já fez parte do grupo de pesquisadores do Fermilab, em Chicago, e do Institute for Theoretical Physics da Califórnia. Recebeu bolsas para pesquisas da NASA, da National Science Foundation e da OTAN.

Na Dartmouth, ministra a disciplina “Física para Poetas”, cujas aulas se caracterizam por relatos da história da ciência e dos cientistas juntamente com explicações sobre os fundamentos da física no laboratório através de experiências e demonstrações em sala de aula.

Em 1994, ganhou do presidente norte-americano Bill Clinton o prêmio Presidential Faculty Fellows Award por seu trabalho de pesquisa em cosmologia e por sua dedicação ao ensino. Em 1995, ganhou o Dartmouth Award for Outstanding Creative or Scholarly Work e venceu em 2001 o prêmio José Reis de Divulgação Científica. Em 2001, Gleiser foi eleito Fellow da American Physical Society, a Sociedade de Física Americana, da qual é membro. Seu ensaio “Emergent Realities in the Cosmos” apareceu na antologia Best American Science Writing 2003, editada por Oliver Sacks.

Em 1997, lançou no Brasil seu primeiro livro, A Dança do Universo, que trata da questão da origem do Universo tanto sob o ponto de vista científico quanto religioso. O livro, escrito para o público não-especializado tornou-se um marco da divulgação científica no Brasil. Naquele ano também passou publicar aos domingos, artigos sobre ciência no jornal Folha de S.Paulo. A coluna foi publicada até 28 de outubro de 2018.

Em 1998 ganhou o Prêmio Jabuti por esse livro, prêmio que viria a repetir em 2002 pelo livro O fim da Terra e do Céu. Em 2005, lançou uma coletânea de suas colunas publicadas na Folha de S.Paulo de 1999 a 2004, intitulada Micro Macro, e em 2007, dando prosseguimento à coleção, outra coletânea intitulada Micro Macro 2. A sua primeira obra inspirou uma peça de teatro do grupo Arte e Ciência no Palco, que estreou no Festival de Curitiba, e foi apresentada em vários teatros e festivais no Brasil e em Portugal. Em 2006, publicou A Harmonia do Mundo, seu primeiro romance e também um best seller, sobre a vida e obra do astrônomo alemão Johannes Kepler. Em 2010, publicou o livro “Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza”, onde faz criticas a várias das ideias de unificação na física, argumenta que as assimetrias do Universo não tiveram origem a partir de um Deus, e que são as imperfeições que causaram e causam a formação de estruturas na Natureza, do átomo às células. O livro foi publicado em sete línguas. Em 2015, publicou The Island of Knowledge que lida com o problema do necessariamente incompleto conhecimento científico e dos limites das explicações do universo. Em setembro de 2006 estreou nos cinemas o filme O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues, com consultoria de Gleiser. O filme conta a história de um astrofísico que volta ao Brasil.

Em 2006, apresentou um bloco no programa dominical Fantástico, da Rede Globo, chamado “Poeira das Estrelas”. A série em muito lembra a série Cosmos, de Carl Sagan, com episódios abordando temas científicos e mantendo o foco na astronomia e na origem da vida. A série inspirou um livro homônimo publicado no mesmo ano. Dois anos depois, em 2008, também no Fantástico, apresentou outra série de conteúdo científico: “Mundos Invisíveis”, onde explorou a história da física e da química, da alquimia à física de partículas elementares. Em 2010, narrou o documentário Como Funciona o Universo, exibido pelo Discovery Channel.

CIÊNCIA E RELIGIÃO

Certamente recorrentes em seus trabalhos os debates entre as visões de mundo religiosas e científicas, Marcelo Gleiser é contudo adepto declarado do naturalismo:

Para mim, não há absolutamente nenhuma dúvida de que o sobrenatural é completamente incompatível com uma visão científica do mundo, visão que costumo defender arduamente.

“… A mecânica universal não precisa de Deus! As pessoas podem precisar de Deus! São duas coisas completamente diferentes!”

e declara-se agnóstico especificamente “… um desses ateus liberais que Dawkins critica”; posicionamentos que certamente transparecem em suas obras também de forma implícita. Ao contrário dos assim denominados ateus radicais, que veem uma guerra declarada entre ciência e religião e nela militam, Gleiser reconhece – embora defensor do ateísmo – o papel que a fé desempenhou e desempenha nos contextos sociocultural, histórico e de definição do ser humano, posicionando-se contra o radicalismo tanto religioso quanto antirreligioso. Em suas palavras:

Se sou ateu; se fico transtornado quando vejo a infiltração de grupos religiosos extremistas nas escolas, querendo mudar o currículo, tratando a ciência em pé de igualdade com a Bíblia; se concordo que o extremismo religioso é um dos grandes males do mundo; se batalho contra a disseminação de crenças anticientíficas absurdas como o design inteligente e o criacionismo na mídia; por que, então, critico o ateísmo radical de Dawkins? Porque não acredito em extremismos e intolerância. … É essa crença ignorante que deve ser combatida; … É a hipocrisia usada sob a bandeira da fé que deve ser combatida, não a fé em si.

Em novembro de 2016, No programa Canal Livre da Rede Bandeirantes de Televisão, Gleiser declarou-se agnóstico – não especificando o tipo, mas declarou ser a posição mais compatível com o método científico. O que não pode ser uma posição cientificista, pois numa entrevista a fundação Na pratica, ele disse:

“A ciência é obviamente nosso melhor modo de se explorar e entender o mundo, mas não é o único, e nem é ilimitado”.

Também criticou o ateísmo por ser só uma outra forma de fé cega, pois não tem provas para seu dogma da inexistência de Deus – ainda no programa Canal Livre.

Gleiser também declara-se crítico das posturas perfeccionistas do universo, criticando fortemente a busca da comunidade de físicos pela “teoria do tudo”. Para Gleiser o Universo é repleto de imperfeições, e nele não se pode identificar, baseado em nossa tecnologia limitada, uma lei única que reja toda a natureza, postura que o torna crítico direto dos físicos que a buscam na tentativa de estabelecer qualquer “teoria final”. Para Gleiser, tais cientistas deveriam ter uma maior “autocrítica”:

Nós conhecemos o mundo por causa de nossos instrumentos… O problema é que toda máquina tem uma precisão limitada. É impossível criar uma teoria final porque nunca vamos saber tudo. Temos de aprender a ser humildes com relação a nosso conhecimento de mundo, que sempre será limitado.

VIDA PESSOAL

Marcelo Gleiser vive com a família no estado de Nova Hampshire, nos EUA. Além de dar aulas na universidade, realiza palestras e também leciona em cruzeiros com “caçadores de eclipses”. Já viajou de Zanzibar a Madagáscar e pelo Mar Negro. Nessas viagens aproveita para praticar mergulho.

Possui como hobby a pesca com isca artificial (fly fishing), que pratica na cidade onde mora, Hanover. Lá, além da pesca, gosta de praticar alpinismo. Mantinha amizade com o escritor norte-americano Oliver Sacks, a quem fazia visitas em Nova Iorque. Também é amigo de Roald Hoffmann, ganhador do prêmio Nobel de Química de 1981. Roald já desfilou com Gleiser pela escola de samba Unidos da Tijuca, no carnaval de 2004.

LIVROS

– A Dança do Universo (1997)
– Retalhos Cósmicos (1999)
– O fim da Terra e do Céu (2001)
– Micro Macro (2005)
– A Harmonia do Mundo (2006)
– Cartas A Um Jovem Cientista: o Universo, A Vida e Outras Paixões (2007)
– Micro Macro 2 (2007)
– Criação Imperfeita: Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza (2010)
– A Ilha do Conhecimento: Os Limites da Ciência e A Busca Por Sentido (2014)
– A Simples Beleza do Inesperado (2016)
– O Caldeirão Azul (2019)

ARTIGOS CIENTÍFICOS SELECIONADOS

– “An Analytical Characterization of Oscillons: Their Energy, Radius, Frequency, and Lifetime”, with David Sicilia, Phys. Rev. Lett. 101, 011602 (2008).
– “A Class of Nonperturbative Configurations in Abelian-Higgs Models: Complexity from Dynamical Symmetry Breaking”, com Joel Thorarinson, Physical Review D 79, 025016 (2009).
– “An Extended Model for the Evolution of Prebiotic Homochirality: A Bottom-Up Approach to the Origin of Life”, com Sara Walker, Orig. Life Evol. Biosph. 38, 293-315 (2008).
– “Punctuated Chirality”, with Joel Thorarinson and Sara I. Walker, Orig. Life Evol. Biosph. 38, 499-508 (2008).
– “Long-lived Oscillons from Asymmetric Bubbles,” com A. Adib e C. A. S. Almeida, Phys. Rev. D66 (2002) 085011.
– “Gauged Fermionic Q-Balls,” com T. S. Levi, Phys. Rev. D66 (2002) 087701.
– “Nonequilibrium Precursor Model for the Onset of Percolation in a Two-Phase System,” com Rafael Howell e Rudnei Ramos, Phys. Rev. E65 (2002) 036113.
– “Anisotropic Stars: Exact Solutions,” com Krsna Dev, Gen. Rel. Grav. 24 (2002) 1793.
– “Bubbling the False Vacuum Away”, com Barrett Rogers e Joel Thorarinson, Phys. Rev. D 77, 023513 (2008).

REFERÊNCIAS

– Folha de S. Paulo – Colunistas – Marcelo Gleiser. Contém uma lista de colunas recentes.

– Físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser é o vencedor do Prêmio Templeton 2019. 19 de março de 2019.

Físico brasileiro Marcelo Gleiser vence prêmio Templeton, o ‘Nobel da espiritualidade’ O Globo. 19 de março de 2019. Consultado em 19 de março de 2019.

– B, Paulo; Mar 2019 – 15h48, Arra 19. Físico Marcelo Gleiser é o primeiro brasileiro a vencer o prêmio Templeton. VEJA.com. Consultado em 2 de novembro de 2019.

– Marcelo Gleiser – Fact Sheet (em inglês). Templeton Prize. Consultado em 24 de junho de 2020

– A harmonia (da Copa) do mundo. Folha de S. Paulo. 27 de junho de 2010.

O físico Marcelo Gleiser critica tentativas de minar credibilidade da ciência. Valor Econômico. Consultado em 26 de junho de 2020.

– Marcelo Gleiser – Curriculum Vitae junto ao “Dartmouth College”.

– Marcelo Gleiser em entrevista ao “Canal Livre”, exibida pela Rede Record de televisão em 22/07/12″. Para a citação, acompanhe a partir de ~5:45 minutos, parte 5. Entrevista também disponível na maior videoteca da rede, em íntegra, sob título: “Entrevista completa com Marcelo Gleiser na Band (dia 22/07/12)”. Citação: ~ aos 1:40 minutos para o fim da entrevista ; ~ aos 54:10 minutos corridos. Ambos os vídeos acessados às 22:30 horas de 30 de janeiro de 2013.

– Marcelo Gleiser estreia coluna na Folha.

 Folha de S. Paulo, colunistas, Marcelo Gleiser.

Livro de Marcelo Gleiser reúne textos publicados no caderno “Mais!

– AdoroCinema. O Maior Amor do Mundo. Consultado em 18 de março de 2024.

 Reportagem com opinião sobre a série Poeira nas Estrelas – Fantástico – Rede Globo de Televisão. Acessado às 19:50 horas (UTC) de 30 de janeiro de 2013.

– Mundos Invisíveis – Fantástico – Rede Globo de Televisão. Acessado às 19:55 horas (UTC) de 30 de janeiro de 2013.

– Como funciona o Universo – Página oficial. DiscoveryBrasil. Acessado às 20:20 horas (UTC) em 30 de janeiro de 2013.

– Gleiser, Marcelo (3 de dezembro de 2006). Ateísmo (menos) radical. Folha de S. Paulo. Consultado em 30 de janeiro de 2013.

Acreditar é humano. Artigo de Marcelo Gleiser na Folha de S .Paulo de domingo, 11 de dezembro de 2011.

– Ciência como parceira no nosso processo de autoconhecimento. Na Prática. 10 de novembro de 2016. Consultado em 22 de fevereiro de 2019.

– Vida fora da Terra – Parte 3. Canal Livre. 7 de novembro de 2016. Consultado em 19 de maio de 2017.

– Teoria de tudo: fato ou fantasia? Artigo de autoria de Marcelo Gleiser publicado na Folha de S. Paulo de domingo, 13 de março de 2011.

– Revista Galileu – Universo em desencanto – EMI129197-17933,00


 Lugar de cientista é na avenida. Consultado em 18 de março de 2024

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